Prefeitura se manifesta após aluno autista ser barrado em escola. Veja
Segundo a Secretaria de Educação de Indaiatuba, a GCM foi acionada à escola após o pai do aluno ter mandando uma mensagem “ameaçadora”
atualizado
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A Secretaria de Educação de Indaiatuba, no interior de São Paulo, se manifestou após um aluno autista, de 9 anos, ter sido barrado pela Guarda Civil Municipal (GCM) de entrar na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Professor Wladimir Oliver, no Jardim Oliveira Camargo, na última sexta-feira (6/6). O aluno teria sido suspenso no dia anterior por ter agredido um outro colega.
Segundo a pasta, o aluno está matriculado na escola de período integral desde 2024 e, durante esse período, a unidade nunca recebeu do pai da criança, Douglas Pinhoti Macedo, o laudo que comprova que o menino é autista.
“O que a criança possui e entregou para escola é o laudo de TDAH + TOD nível 1. Enquanto o documento comprobatório não for apresentado, não se pode afirmar o diagnóstico de autismo da criança”.
Douglas enviou ao Metrópoles um laudo médico de maio do ano ado que mostra o diagnóstico de TEA (Transtorno do espectro autista) do filho.
Além disso, a unidade de ensino afirmou, via secretaria, que os episódios agressivos do estudante são frequentes, visto que, desde dezembro do último ano, a criança já foi suspensa sete vezes por indisciplina, agressão verbal e física a colegas e professores.
No caso específico que culminou no impedimento da entrada na escola, a pasta afirmou que o aluno foi suspenso por cinco dias “após agredir outro aluno com vários socos, durante uma oficina realizada na escola, deixando-o com as costas vermelhas”.
Ainda de acordo com a EMEB, após o episódio, Douglas teria enviado uma mensagem de “forma ameaçadora” pelo WhatsApp para a direção da escola, que não aceitaria a suspensão e levaria o filho para a escola no dia seguinte.
Nesse contexto, a escola informou a Guarda Civil da cidade, que compareceu na unidade na manhã seguinte. A pasta ainda disse que a criança participou de um atendimento ambulatorial oferecido pela prefeitura, mas não foi diagnosticado com TEA, mas sim com TDAH.
Aluno autista barrado
Douglas Pinhoti Macedo, de 34 anos, afirmou ao Metrópoles na última segunda-feira (9/6) que o filho ficou muito constrangido e choroso após ter sido barrado de entrar na escola pela GCM. Segundo ele, o caso causou “grande abalo psicológico à criança”.
O responsável pelo garoto disse que registrou um boletim de ocorrência sobre o caso. O registro policial confirma a suspensão do aluno no dia anterior, por ele ter agredido um outro colega.
Na ocasião, a mãe do menino foi chamada à escola, mas se recusou a a suspensão, alegando que não concordava com “os métodos adotados, tendo o problema de seu filho”.
No dia seguinte, a criança foi levada até a escola pelo primo, mas ao chegar no local , se deparou com duas viaturas da GCM, que, de acordo com o boletim de ocorrência, haviam sido acionadas pela direção da escola para impedir a entrada do aluno suspenso.
Os agentes teriam informado que o estudante não poderia entrar na unidade de ensino. Diante disso, o primo que lhe acompanhava ligou para o pai do aluno e contou a situação. O responsável, então, pediu para que ambos voltassem para casa.
Perseguição
- Ainda no registro policial, Douglas contou às autoridades que o filho sofre perseguição da escola desde o início do ano.
- Segundo o homem, o menino já foi suspenso cinco vezes, o que vem causando “grande abalo psicológico à criança”.
- Douglas revelou que procurou a Secretaria da Educação para contar os fatos na época, mas que nenhuma providência foi tomada. “Apenas alegaram que a presença das viaturas se fez necessária para conter seu filho, não dando maiores explicações”, disse o pai.
- Ao Metrópoles, o homem enviou um áudio, que diz ter obtido de um grupo de professoras da escola, em que a diretora se refere ao aluno como “alecrim dourado” e diz para registrar boletim de ocorrência para casos de agressão envolvendo o menino.
- Além disso, uma mensagem atribuída à diretora diz para funcionários da escola comentarem em publicações sobre o caso: “Não ir contra, mas dizer ‘vocês precisam ouvir o outro lado’”.