Mulheres estudam mais que homens no Brasil, diz PNAD
Conforme o registrado pela PNAD, as mulheres têm média de 10,3 anos de estudos, acima dos 9,9 anos registrados entre os homens
atualizado
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As mulheres brasileiras seguem liderando o nível de escolarização no país. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgados pelo IBGE, revelam que, pela primeira vez, a média de anos de estudo das mulheres com 25 anos ou mais alcançou 10,3 anos — superior à dos homens, que ficou em 9,9 anos.
A diferença, embora pequena, consolida uma tendência observada nos últimos anos: elas estudam mais.
Além da média de escolaridade, as mulheres também superaram os homens na proporção de pessoas que concluíram, ao menos, a educação básica obrigatória — ou seja, o ensino médio completo.
Em 2024, 57,8% das brasileiras com 25 anos ou mais já tinham encerrado esse ciclo, contra 54,0% dos homens.
O avanço feminino contrasta com padrões históricos de desigualdade de gênero na educação, marcados por décadas em que a escolarização era restrita principalmente a homens. A reversão desse cenário é atribuída à ampliação do o à educação nas últimas décadas, políticas públicas de incentivo à permanência escolar e, especialmente, à maior inserção feminina no mercado de trabalho formal, que exige mais qualificação.
Desigualdade persiste
O recorte por cor ou raça, no entanto, revela que os ganhos femininos não se distribuem igualmente. Mulheres brancas alcançaram média de 11 anos de estudo, enquanto mulheres pretas ou pardas registraram 9,4 anos — uma diferença de 1,6 ano, ainda expressiva, embora menor do que nos anos anteriores.
Entre as pessoas brancas, 63,4% haviam completado a educação básica em 2024. Já entre os pretos ou pardos, esse percentual foi de somente 50,0%, indicando uma lacuna educacional de 13,4 pontos percentuais.
Mesmo diante do avanço geral ao nível de escolaridade, as barreiras raciais continuam fortes no sistema educacional brasileiro. As mulheres pretas enfrentam os maiores desafios: acumulação de desigualdades de gênero, raça e classe social.
Regiões: Sul e Centro-Oeste têm os maiores percentuais
A análise regional também evidencia disparidades. As regiões Sul e Centro-Oeste registraram os maiores aumentos na proporção de pessoas que completaram a educação básica: alta de 2,3 pontos percentuais no Sul e de 1,8 por percentual no Centro-Oeste em relação a 2023.
No Nordeste, os percentuais continuam abaixo da média nacional. Somente 47,0% das pessoas com 25 anos ou mais no Nordeste haviam concluído a educação básica.
Apesar dos desafios, o IBGE aponta um dado positivo: em todas as regiões e entre todos os grupos analisados, a taxa de escolaridade média entre as mulheres cresceu ou se manteve estável entre 2023 e 2024.
Os levantamentos demonstram um novo retrato da mulher brasileira: mais escolarizada, mais presente no ensino superior e com maior participação em pós-graduações do que os homens.